Hoje tive uma clarividência da Sua existência. Ou uma clarividência da Sua existância em mim.
O dia acordou (acordei) cinzento (quero voltar a fechar os olhos). Pedi com fervor (tanto quanto pude) que o meu dia fosse mais suportável. E efectivamente foi.
E ele contribui para as pinceladas a cor deste dia. Será que ele é Ele?
É segunda-feira.
Chego a casa por volta das 18h.
Sento-me a ler a publicidade que deixaram hoje no correio e... só acordo três horas depois.
Esta foi uma semana realmente intensa.
Aconteceu-me de tudo esta semana: começou como todas as semanas, lá para o meio presenteou-me com dois dias realmente maus (maus mesmo), mas fechou com chave de ouro.
Talvez a 'traição' que sofri esta semana fosse o impulso que precisava para partir para uma nova vida sem olhar para trás - mas ainda assim levando na algibeira uma grande lição de vida. E estou mesmo disposta a isso.
Tenho andado ausente.
Ausente em todos os sentidos.
Ausente de mim até.
Sinto a falta dele.
E sinto também a minha falta, porque já não sou mais eu.
Sinto ainda mais a sua indiferença. Sei que é forçada, mas fere-me.
Não estava bem com ele. Sufocada.
Mas não estou bem sem ele. Sozinha. Perdida. Desorientada.
Grrrrrr.... Onde estou 'eu'?
Inscrevi-me numa oficina de escrita criativa.
Se o preço era convidativo, o nome do formador era um imperativo.
Ontem foi a primeira sessão.
E para primeira vez, foi emocionante q.b.. Não tanto pelos exercícios em si, mas pela cena que lá presenciei.
E eu que pensava que já tinha visto de tudo!
Resumindo: entre os formandos contava-se uma mulher que desestabilizava permanentemente a sessão com as suas intervenções disparatadas. Quando finalmente o formador, com a subtileza que o caracteriza, convida a senhora a abandonar a SUA CASA, ela agride-o. Assim, sem mais: agarra o primeiro objecto à mão e estampa com ele na cara dele.
Fiquei apreensiva, confesso que fiquei. Uma pessoa desssas, se num desses momentos tem à mão uma arma de fogo, dispara com toda a certeza.
[os loucos fugiram daqui]
Não sou propriamente uma pessoa supersticiosa. Na verdade, até sou bastante céptica.
Mas há alturas em que as coincidências são de tal modo impressionantes, que mais parecem grãos de milho que Alguém deixa no nosso caminho para não nos perdermos.
Mas depois tenho medo que atrás de mim caminhe, sorrateiro, um passarinho malvado....
Parece que esta semana estou condenada a ver partir quem gosto.
Hoje foi a Vanessa.
Partilhámos o mesmo espaço durante um ano. Não gosto de partilhar o meu espaço com ninguém. Sou egoísta nesse aspecto, admito. Preciso muito da minha privacidade, do meu cantinho, do meu espaço. Mas com a Vanessa foi diferente: primeiro aquele desconforto, inevitável quando um intruso penetra no nosso território; mas depois aprendi a gostar da presença dela. E gostava mesmo!
Para ti Vanessa, toda a sorte do mundo.
Vou ter saudades do teu 'bom dia' com sotaque açoriano.
Já não é novidade que a minha vida anda atribulada... a todos os níveis.
Ou então não. Se calhar sou eu que dramatizo e generalizo os insucessos de um campo a todos os outros campos. Ou então, é tudo cansaço... talvez seja... E se assim for, depois das férias volto ao "eu habitual".
Mas não. Esse "eu" a que me refiro não voltará. Será um outro eu, parecido ao anterior, mas não esse. Porque 'ele' já não está lá...
É curioso como as pessoas aparecem, assim por coincidência, e vão ficando, ficando, até que um dia já não nos sabemos definir sem essa outra pessoa.
Aconteceu comigo. Quatro anos de namoro! Quatro anos! Quatro anos de tanta coisa - quase tudo coisas boas. Mas o tempo é implacável e as boas recordações não sustentam uma relação que se esgotou em si mesma.
Acabou.
Não estou bem com ele, isso é certo... mas também não estou bem sem ele.
'O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
(...)
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...'
(Álvaro de Campos)
Quando uma menina, solteira, boa moça, de boas famílias e costumes nobres, entra no seu quarto depois de um dia tenso e vê uma simpática centopeia a passear-se pela sua cama, qual a reacção esperada?
a) reacção ambientalista: sacode a criatura da cama e leva-a à rua, mas viva!
b) reacção comum: sacode a criatura da cama e, depois de uma perseguição desenfreada, chacina-a com requintes de malvadez, por ter usurpado a sacralidade do leito.
c) reacção histérica: grita desalmadamente, chama a vizinhança toda e recusa-se a dormir de novo naquela cama.
d) reacção psicopatológica: depois de perseguir sem sucesso a criatura, dorme com tampões nos ouvidos para garantir que o bichinho não se vai passear pelos recantos obscuros que esse orgão oferece.
É que parecendo que não, 100 patas a roçar-me a pele lá por dentro deve dar cá uma comichão!
Quando o Rodrigo toca, ele não toca apenas, ele toca-me. Aflora-me a psique e manipula-me o corpo a seu bel-prazer.
Na sua presença, sou amante, escrava, meretriz. Uma, duas, três...as vezes que que ele quiser. Enquanto ele (me) tocar, existem mil em mim.
Depois volto à minha existência miseravelmente convencional.
Hoje foi um dia especial. Apenas porque foi um dia normal, como há muito tempo não me oferecia.
Depois do almoço achei que a casa merecia uma limpeza, assim como quem dá as boas vindas a um Verão que se faz tardar.
Fez-me bem essa tarde só comigo. Foi como se, ao arrumar a casa, arrumasse a desordem que me vai na alma.
E até o espelho sorriu quando, embrulhada na toalha de banho, deslizei os pés húmidos pelo soalho, ensaiando uns passos desajeitados ao ritmo de "My baby just cares for me" de Nina Simone.
E já agora, aqui fica um tributo ao vídeo, que está um mimo!
Hoje foi um dia intenso.
Aliás, se há coisa de que não me posso queixar é da intensidade dos meus últimos dias... o que não é necessariamente positivo.
Adiante...
Dizia eu que hoje foi um dia cheio de experiências. Experiências no mínimo ... curiosas.
Uma delas foi o encontro inesperado com um velho amigo que quase me chorou nos braços por desgosto de amor.
Fiquei meio embaraçada, como sempre fico quando é suposto consolar alguém. É que as palavras saem-me vazias e acabo por me sentir ridícula ao dizer aquilo em que nem eu mesma acredito. Por isso, prescindi das minhas aptências retóricas para me limitar a ouvir o desabafo sofrido daquele por quem também eu sofri calada na minha adolescência.
Enquanto o ouvia, a minha memória fazia rewind... Busquei dentro de mim a memória de algum sentimento análogo. É que assim, de repente, sentia-me incapaz de compreender o que é sofrer por amor.
Procurei e achei. Sim, também já sofri por amor... sofri mesmo. Sofri tanto tanto que até acho que criei imunidade ao amor.
Eu bem sei que às vezes pareço uma rapariga complicada, mas rendo-me com facilidade às coisas simples...
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