Sábado um dos meus melhores amigos faz anos e eu não faço a menor ideia do que lhe oferecer.
Pede-se encarecidamente à ala masculina que se manifeste...
Obrigada.
O reencontro com uma experiência do passado é um exercício muito interessante e, no limite, é até pedagógico, porquanto nos oferece uma evidência da relatividade: mostra-nos que a nossa realidade não é A realidade, é apenas uma perspectiva possível.
Uma amiga minha costuma descrever esse processo reportando a sensação de voltar à escola primária e perceber o quão pequenas são aquelas mesas e cadeiras, cuja dimensão nos parecia ser a normal no tempo em que delas nos servíamos.
Hoje tive uma experiência semelhante: reencontrei um tio emigrado que já não via há muitos anos.
Em criança ele era o meu ídolo: porque era o tio que no Natal enviava um presente "made in Canada", coisa que mais ninguém tinha. A boneca até podia ser desengonçada, a pilha até podia estar gasta e e a musiqueta tocar com tom de cana rachada, as cores até podiam ser (a)berrantes, mas era sempre o presente mais aguardado e o mais estimado. Aquele era o tio "super cool".
Hoje reencontrei-o. E tal como as mesas e cadeiras da primária, também ele diminuiu (que é outra forma de encarar o meu crescimento). E pior, não é assim tão cool. Aqueles tiques de emigrante que tanta pinta lhe davam em tempos idos, dão-lhe agora um ar assim ... kitsch! E para piorar, remata todas as frases com um insuportável "That's nice, hein?".
Hoje na rádio caracterizaram os ciganos como a etnia mais pobre e mais discriminada de Portugal.
Que vivem miseravelmente, é bem capaz de ser verdade; que são discriminados, é bem capaz de ser verdade; agora, que são pobres, quanto a isso já tenho as minhas dúvidas...
Depois de se provar a independência, é impossível submetermo-nos ao controlo de outrém, sem experimentar aquele amargo sabor a servitude.
A regra é válida para todos os domínios... mas muito particularmente na relação pais & filhos.
Um dia serei mãe e, muito provavelmente, cometerei os mesmos erros que todas as mães. Mas no papel de filha, incomoda-me realmente o zelo excessivo da minha mãe, que de tão excessivo, às vezes roça o sufoco.
- Despacha-te, já estás atrasada!
- Se não descias tão cedo, já te ia chamar.
- Quando vais? Quando vens? Com quem vais? A que horas? Porquê? Onde?
- Queres que te prepare um lanche para levares amanhã? Não? Então o que é que vais comer? Mas não era melhor? Mas tens mesmo a certeza?
- Vais levar essa roupa? Mas não era melhor outro casaquinho? É mais quente, não vás tu apanhar frio...
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Sinto-me quase uma herege ao fazer este desabafo em surdina.
"Só o faço para te facilitar a vida!".
Bem sei que sim, mãezinha. Mas a verdade é que o instinto maternal às vezes parece deturpar a sua acuidade de discernimento: sou adulta, já provei que sou capaz de me desenrascar sozinha e, verdade seja dita...(é melhor não dizer...)...
Dá-me espaço... antes que eu sinta saudades do tempo em que vivi sozinha.
...ou este anúncio, apesar de interessante do ponto de vista criativo, reproduz uma série de pré-conceitos e estereótipos infundados, como por exemplo a associação entre a infidelidade e o sexo masculino? Ao apresentar um homem como protagonista de várias relações ocasionais fora do casamento, assume-se que esse é o comportamento típico dos homens, e dessa forma, imputa-se ao sexo masculino a responsabilidade pelo contágio. Uma ideia tão ultrapassada como a que assume a SIDA como doença de homossexuais.
Já não sei se anúncio ajuda a desmistificar um preconceito ou se, pelo contrário, ajuda a vincar outros...
Às vezes sai pior a emenda que o soneto!
«O estado de solteira
É bonito, eu bem o sei
Mas a mulher sem marido
É como um trono sem rei»
Sob risco de adulterar a mensagem, eu diria: "ou não..."
Tanto reclamei que o Verão parecia não mais chegar; tanto deprimi por causa da cor cinzenta do céu; e agora que o verão regressou em força, quase desespero.
É que 10minutos depois de sair de casa já estou a precisar de tomar um banho outra vez. Grrrr... que desconforto!
Abalaste.
Perguntei-te com as letras todas: há outra pessoa?
Respondeste por meias palavras.
E eu li nas entrelinhas.
Não te senti a resposta segura: não sei se foi para não me magoar, ou se a ideia era mesmo mexer comigo. Se era, foi bem jogada.
Estou exausta. Mas sinto-me bem.
Sinto que de algum modo controlo a situação, que de algum modo tenho o meu futuro nas minhas mãos.
E isso é bom.
É segunda-feira.
Chego a casa por volta das 18h.
Sento-me a ler a publicidade que deixaram hoje no correio e... só acordo três horas depois.
Ontem fiz a minha inscrição no clube de postcrossing.
A ideia do crossing não é inaudita, mas neste caso tem a particularidade de a correspondência ser via postal ilustrado.
Como sou aficcionada por postais ilustrados, fiquei muito excitada quando conheci o projecto. Sobretudo porque o seu mentor é um português! Mas pronto, como sou um bocadinho arrastona lá deixei avançar o tempo e só ontem finalmente me decidi a efectivar a intenção.
A minha primeira correspondente é da Finlândia, tem um nome muiiiiiiiiito difícil de ler e dizer e (coisa gira) diz ter renas. Vou escolher, entre a minha colecção, um postal bem giro para lhe enviar. Ou então, como gosto deles todos e não me apetece desfazer-me de nenhum, lá terei de comprar um para o efeito.
mais postais aqui
Esta foi uma semana realmente intensa.
Aconteceu-me de tudo esta semana: começou como todas as semanas, lá para o meio presenteou-me com dois dias realmente maus (maus mesmo), mas fechou com chave de ouro.
Talvez a 'traição' que sofri esta semana fosse o impulso que precisava para partir para uma nova vida sem olhar para trás - mas ainda assim levando na algibeira uma grande lição de vida. E estou mesmo disposta a isso.
Nas minhas incursões pela web descubro coisas muito interessantes. Como este livro, em parte disponível para consulta online: "Your death would be mine". Trata-se de uma compilação da correspondência trocada pelos recém-casados Paul e Marie Pireaud, cujo destino sofreu um súbito revés com a erupção da I Guerra Mundial e a partida do jovem Paul para a guerra.
Estou, admito, particularmente sensível às questões amorosas, mas acho que ninguém fica indiferente a estas palavras, atendendo ao contexto que as motivou:
"Once I am home there will be nothing but happiness for us because after having suffered so much it is only right that the hapiness that awaits us should be perfect and like you I hope that nothing will ever separate or divide us again but death"
Pelo sim, pelo não... vou fazer a minha reserva. Nunca se sabe: de hoje para amanhã posso ganhar o euromilhões (que não costumo jogar), ou descobrir um baú enterrado no quintal, ou quiça, ter na árvore genealógica um um tio-bisavô que fez fortuna no Brasil.
E nesse caso, terei à minha espera o meu flat in motion no Dubai.
Tenho andado ausente.
Ausente em todos os sentidos.
Ausente de mim até.
Sinto a falta dele.
E sinto também a minha falta, porque já não sou mais eu.
Sinto ainda mais a sua indiferença. Sei que é forçada, mas fere-me.
Não estava bem com ele. Sufocada.
Mas não estou bem sem ele. Sozinha. Perdida. Desorientada.
Grrrrrr.... Onde estou 'eu'?
Inscrevi-me numa oficina de escrita criativa.
Se o preço era convidativo, o nome do formador era um imperativo.
Ontem foi a primeira sessão.
E para primeira vez, foi emocionante q.b.. Não tanto pelos exercícios em si, mas pela cena que lá presenciei.
E eu que pensava que já tinha visto de tudo!
Resumindo: entre os formandos contava-se uma mulher que desestabilizava permanentemente a sessão com as suas intervenções disparatadas. Quando finalmente o formador, com a subtileza que o caracteriza, convida a senhora a abandonar a SUA CASA, ela agride-o. Assim, sem mais: agarra o primeiro objecto à mão e estampa com ele na cara dele.
Fiquei apreensiva, confesso que fiquei. Uma pessoa desssas, se num desses momentos tem à mão uma arma de fogo, dispara com toda a certeza.
[os loucos fugiram daqui]
Ontem assustei-me.
Ao fechar a porta da garagem, ouvi uns ruídos estranhos. Como no dia anterior assisti à chacina de uma cobra que se instalou sem autorização na garagem do vizinho, e como o mesmo vizinho revelou ser já o 4º exemplar que este ano encontra na sua propriedade, senti aquele arrepio... O meu suspiro sufocado parece ter assustado a criatura, cujo pio a denunciou.
E eis que em vez de um réptil, descubro não um, mas dois passarinhos amorosos, que resolveram unir os trapos (que é como quem diz, as palhas) e construir ninho na minha garagem.
Dá gosto ter uns inquilinos assim.
Lembrei-me logo de uma certa pessoa, que também diz gostar de passarinhas.
O anúncio de TV da revista Lux (ou VIP, não sei precisar) desta semana faz a revelação bombástica:
"Apresentadora Fátima Lopes faz tratamento de fertilidade para engravidar"
Eu pergunto: conhecem alguém que já fez um tratamento de fertilidade com outro propósito?
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