Tomar decisões é para mim uma tarefa inglória. Sinto-me tolhida pelo receio do porvir. Não que até hoje as decisões passadas me tenham pregado partidas, mas lá diz o ditado que 'quem tem cu tem medo'... Mas ao ler este post, fiquei a pensar na pertinácia irracional com que conduzimos as vidas. Num determinado ponto da nossa vida, talhamos mnentalmente um percurso que teimamos em seguir ainda que todos os ventos soprem em sentido contrário. Às vezes, todas as evidências são poucas... E cismados nesse(s) projecto(s) permanentemente diferido(s), porque é sabido que a satisfação absoluta anda sempre um passo à frente e nunca se deixa apanhar, deixamos escapar tantas oportunidades, algumas mesmo ali, à mão de semear. E com isto já perdi o fio à meada. Dizia eu que ao ler o tal post, pensei que a maioria de nós padece de um mesmo mal: o fatalismo. Caramba! As decisões não têm que ser irreversíveis e irreparáveis (pelo menos, a maioria delas...). Na vida, só há uma via de sentido único: a que nos leva infalivelmente até a morte. Tudo o resto é uma questão de perspectiva...
Este blog nasceu de uma crise. Fiz questão de apenas abrir as suas portas àqueles que o acaso da virtualidade colocasse no meu caminho. Nenhum amigo, familiar ou conhecido teria convite para participar da orgia. Mas o meu segredo deixou de o ser. Ela não precisou da confirmação; soube de imediato que era eu. As coincidências, essas sim, são um grande mistério.... Esse (in)feliz incidente fez-me pensar na tríplice relação leitor/autor/ narração e na influência que cada uma destas dimensões tem na percepção das restantes. Fiquei curiosa, confesso: que imagem construíram de mim aqueles a que abri as portas desta casa? De onde acham que sou? Que idade pensam que tenho? Que profissão exerço? Que vida levo? É isso mesmo: é um desafio. E se for de bom tom um desafio ter nome, entâo baptizá-lo-ei: «Tiros no escuro».
Explicar figuras de estilo e demais artíficos de retórica é complicado. Se eu fosse professora de português explicaria comparações e analogias expondo o paralelismo entre o actual estado do PSD e do SLB.
"Eu tenho um amigo que tem uma namorada boa, boooa mesmo. Mas a menina é muito ... dada. E ele sabe. E quando a gente o confronta com isso, ele diz : 'Antes partilhar um morango do que chupar um limão sozinho'"
- comentário proferido por um amigo entre dois tragos de ... leite com café chicória.
Quem acompanha os meus devaneios virtuais, já deve ter notado que nutro uma particular afeição pelo Google. Já o manifestei aqui e aqui. É a minha lovely mark. Gosto da sua filosofia, do seu estilo e, sobretudo, das pequenas iniciativas que alimentam a nossa relação. Como este simpático lembrete a propósito do Dia da Terra:
Muito vezes se fala dos riscos inerentes às generalizações. "São abusivas", diz-se. "Não consideram as particularidades, as diferenças, e com isso promovem a exclusão", argumenta-se. Confesso que nunca tinha pensado muito nisso.....até hoje. Hoje senti na pele o estigma da generalização. Numa resportagem televisiva sobre o parque paleozóico de Valongo, dizia a especialista: "Todos nós conhecemos os dinossauros".
(...) Tonight i'm drinking this so sober 'till i see what i want to see. a few more drinks and you will be the perfect lover you will be the one that i truly believe.
(...)
I should have met you in the 80's back when i was the dance floor queen maybe you think that i'm too old for dancing You should have met me when i was 16 dance, dance ,dance like you were 16 dance, dance, dance you know what i mean... i should have met you in the 80's back when i was the dance floor queen maybe you think that i'm too old for dancing, You should have met me...i should have kissed you... (...)
Tenho um inimigo. É grande, gordo, pesado, lento, inflexível, ininteligível, intransigente e muitas vezes irracional. Evito-o ao máximo, mas há dias em que o confronto é inevitável. O desfecho é sempre o mesmo: é um caso de incompatibilidade congénita. Chama-se Burocracia.
Há dias em que o que sinto não cabe em mim. Por isso partilho o que sinto, antes que transborde... Uns dizem que falo pelos cotovelos (aliás, a maioria dos que o pensam, não o dizem); outros dizem que sou transparente. Costumo gostar de ser assim. Mas há dias em que me arrependo assim que abro a boca. Porque não sinto transparência do lado de lá. Começo a descareditar nas pessoas. Misantropia, crise existencial, choque de realidade ... o que queiram chamar-lhe.
Tudo isto para dizer que hoje, que me sinto só, este post mexeu comigo.
Se nos próximos dias não der sinais de vida, é favor fazer-me uma homenagem post mortem. Agradecimentos prévios, que eu cá não sou mal agradecida, não senhora.
Consta por aí que Guillermo Vargas Habacuc, um artista costa riquenho, criou um novo conceito de arte: prendeu um cão a uma parede de uma galeria de arte e deixou-o morrer de fome e sede. Estranhamente (ou não), o conceito agradou à Bienal Centro - Americana de Arte, que convidou o artista a repetir a proeza na edição de 2008. Chocante? Assim narrado, talvez... Mas às vezes, demasiadas vezes, os pormenores fazem toda a diferença.... Não vos parece?
«Em vez de dramático, este incidente é surreal, absurdo, escaganifobético (...)» in MU nº 100, p.8
Acho piada àquelas pessoas que ainda acreditam que falar bem significa empregar vocábulos que mais ninguém conhece e decifra. Para esses espécimes, a eloquência é proporcional ao número de palavras desconhecidas empregues. Confesso que já tive esse preconceito falido. Até que um dia compreendi que essa é uma estratégia apenas funcional para os monodiálogos, mas não para a comunicação que se requer interpessoal. Podia até glosar sobre a origem etimológica do conceito 'Comunicação', mas não vale a pena. Fica apenas uma ideia: comunicar significa "tornar comum". E aí é que reside o segredo da eficácia comunicativa, válido em todos os domínios: tanto na interacção quotidiana, como nos anúncios publicitários ou mesmo nos discursos políticos. Se queremos ser entendidos, temos que nos fazer entender. Tão simples como isso!
Estou cheia de medo. Medo do desconhecido. Medo do conhecido. Medo de fugir ao desconhecido e na fuga me deparar com aquilo que abomino no que é conhecido. Medo de que o conhecido se revele, afinal, desconhecido. Medo do que possa vir a conhecer. Medo, medo, medo....
Notícia de última hora: 'A venda de «Depuralina» foi suspensa (...)na sequência de uma «forte suspeição» de o produto estar relacionado com o «aparecimento de doença aguda grave em três situações»'.
(Ou)vi a notícia na edição noticiosa nocturna da 2. A reportagem rematava com a sensata recomendação da entidade competente:
"[A Depuralina] é segura, mas nem todas as pessoas a podem tomar"